A técnica em Enfermagem e estudante da graduação na área, Maria Cecília Molina, 27 anos, aproveitou as férias entre um semestre e outro para conhecer um pouco da realidade da sua futura profissão em outro país. Durante uma semana, ela acompanhou a rotina de uma enfermeira numa clínica médica na cidade de Stratford, localizada no estado de Connecticut, nos Estados Unidos.
Maria conta que uma das coisas que mais chamou a atenção dela, logo no início, é a forma como o trabalho é estruturado no país. “Aqui no Brasil, as funções são mais organizadas, bem definidas. Lá é desestruturado nesta parte, a mesma enfermeira faz a triagem, agenda as consultas e faz o papel da secretária”, relata.
Outro fator que Maria Cecília destaca são os valores das consultas e planos de saúde, muito superiores do que os cobrados no Brasil. “As pessoas procuram um médico em últimos casos, quando estão com uma dor crônica, por exemplo. Os preços são realmente altos e a burocracia dos planos de saúde são grandes”, afirma ela, ressaltando que isso acarreta em consequências como a automedicação constante da população.
Por outro lado, a acadêmica enxerga como fator positivo a tecnologia disponível nos Estados Unidos e o fato de muitos exames serem feitos diretamente no consultório, sem precisar de um encaminhamento, além do fato de que o próprio médico já estrutura a próxima consulta do paciente após o retorno, mesmo que seja apenas por rotina.
Ainda de acordo com Maria Cecília, a vivência proporcionou a ela ter um novo olhar sobre a saúde no Brasil. “Temos muitos problemas, principalmente pela má distribuição dos recursos e pessoas mal intencionadas. Mas o Sistema Único de Saúde, o SUS, garante medicamentos de graça, vacinas, atendimento médico e consulta com especialistas. Lá não existe isso”, sinaliza a estudante, pontuando que a vivência trouxe para ela uma visão mais ampla da profissão que pretende seguir.