Somos uma construção social em constante mudança. Mesmo tendo um conjunto de características, aspectos cognitivos, afetivos, fisiológicos e morfológicos que podem representar um padrão de comportamento, somos influenciados também pelo meio no qual nos encontramos.
Para entender melhor todos estes aspectos e a relação com cada contexto de vida, é preciso olhar para todo o sistema – familiar, cultural, empresarial, religioso, etc. – em que o indivíduo está inserido, pois, conforme Lenzi (2013), o contexto afeta diretamente a maneira pela qual os indivíduos e os grupos interpretam seus mundos interpessoais e pessoais. Portanto, os processos psicológicos são sociais e somente podemos compreendê-los se forem contextualizados e entendidos à luz da comunidade e das relações nas quais o sujeito está inserido.
Ao longo do tempo, identificamos alguns comportamentos recorrentes e, com eles, as nossas vozes internas, que orientam a fazer escolhas e influenciam nossas emoções, pensamentos e sentimentos. Aprendemos a nos relacionar em nossas famílias e a partir dessas relações construímos essas vozes. Com esse padrão de comportamento, aprendido em família e no meio social, seguimos nos relacionando com as pessoas, com o mundo e com nós mesmos.
Somos muitos!
Nossa mente possui um auditório interno com vozes em diálogo (Bakhin, 1929). Dentro de cada um de nós existem múltiplas vozes, complementares e antagônicas, que fazem parte da nossa paisagem interna. Essas vozes geralmente estão associadas a conceitos, percepções de si mesmo, memórias, etc. A Terapia Sistêmica nos convida a olhar para nossas relações interpessoais e para essas vozes, identificando as características, falas e emoções provocadas por cada uma, transformando-as assim em personagens internos.
Você conhece suas vozes e seus personagens internos?
Você conhece o general, aquela voz rígida, que nos diz o que é certo e errado e nos acusa quando fazemos algo que julga errado? Já ouviu a Vítima, que sente pena de si mesma e acredita que nada dá certo? Conhece o Vilão, que faz as coisas erradas, machuca os outros e depois se arrepende? Já ouviu a voz da criança birrenta, que bate o pé quando as coisas não são como ela quer?
Ao conhecermos e legitimarmos os vários personagens que nos habitam favorecemos o entendimento das coisas por múltiplos ângulos!
Convidamos você a conhecer mais sobre a abordagem sistêmica e trilhar conosco o caminho do (auto)conhecimento por meio das diferentes vozes internas.