O arquiteto e urbanista e professor da Faculdade Avantis, Timóteo Schroeder, apresentou um artigo no 10º Simpósio Internacional de Sintaxe Espacial, realizado na University College London (UCL), em Londres. O estudo, intitulado em tradução livre, “Características Configuracionais da Segregação Socioespacial em Cidades Brasileiras”, revela como pessoas de diferentes grupos sociais tendem a se organizar nas cidades médias do país.
A pesquisa foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (PósARQ-UFSC). Timóteo explica que a pesquisa foi realizada com dados das 10 cidades que compõem todos os municípios médios brasileiros das regiões Sul e Sudeste, com população entre 200 e 350 mil habitantes, sendo um recorte de um trabalho maior que contempla todas as 29 cidades médias do Brasil.
Segundo o professor, a análise empregou uma teoria recente da Arquitetura, utilizada como suporte principalmente na área de Planejamento Urbano, para identificar quais são os espaços que os grupos mais ricos e mais pobres ocupam nas cidades. “Em resumo, conseguimos encontrar 11 padrões de perfis de ocupação de pobres e ricos sobre esses territórios. O que se destaca é a classe mais alta ocupando os núcleos centrais, que é a porção da cidade com mais infraestrutura. Nesse contexto, os mais pobres são forçados a ocupar os entornos, as periferias”, destaca Timóteo.
O arquiteto também ressalta que, devido a saturação dos espaços urbanos nos Centros, pessoas com mais condições financeiras também estão sendo forçadas a procurar novos locais. “O que acontece é que a população das classes mais altas começam a ocupar os espaços periféricos com conexão direta ao Centro, configurando-se no formato de fatias. Assim, eles transitam da periferia ao Centro sem passar por áreas pobres”, afirma Timóteo. “Isso é um aspecto negativo para a cidade, pois não há relação entre pessoas de diferentes rendas e os mais ricos não conhecem a situação real da cidade, onde há pobreza, baixa infraestrutura e uma série de questões urbanas” opina.
As cidades analisadas foram Pelotas, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Guarujá, Limeira, Bauru, Franca, Divinópolis, Governador Valadares e Anápolis.
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